Qual a diferença entre o café arábica e o conilon?
4/27/20254 min ler


Se você é apaixonado por café, é provável que já tenha se deparado com o termo “100% arábica” em rótulos de embalagens, em cafeterias especializadas ou até mesmo nas conversas entre amigos que apreciam uma boa xícara. Mas você já parou para pensar no que realmente isso significa? O que torna o café arábica tão especial a ponto de ser destacado dessa forma? E onde fica o conilon, também conhecido como robusta, nessa história?
Talvez você não saiba, mas a diferença entre esses dois tipos de café vai muito além do sabor. As variedades arábica e conilon têm origens, características e processos de cultivo distintos, que influenciam diretamente o resultado na sua xícara. Seja você um iniciante no mundo dos cafés ou um verdadeiro cafeinado, entender essas diferenças pode transformar a sua experiência e apreciação de cada gole. Vamos descobrir juntos?
Espécies do café
O café, tão amado e consumido diariamente por milhões de brasileiros, vem de uma planta chamada cafeeiro, pertencente à família botânica das Rubiáceas, cujo gênero é denominado Coffea.
Entre as quase 120 espécies desse gênero, destacam-se três em termos de cultivo:
Coffea arabica – esta é, sem dúvida, a espécie mais conhecida e apreciada mundialmente, representando cerca de 60% da produção global de café. Suas variedades mais comuns incluem a Typica e o Bourbon, que deram origem a outras cultivares renomadas, como a Caturra (Brasil e Colômbia) e o Mundo Novo (Brasil). No Brasil, por exemplo, a variedade Catuaí, um híbrido do Mundo Novo e do Caturra, é amplamente cultivada e é especialmente valorizada por sua resistência e pela qualidade do grão. A Coffea arabica produz frutos ovais que levam entre 7 e 9 meses para amadurecer, e suas nuances de sabor são muito apreciadas pelos paladares mais exigentes.
Coffea canephora – mais conhecida pela sua variedade Robusta, essa espécie é predominantemente cultivada em regiões como África Ocidental, Central, Sudeste Asiático, e também no Brasil, onde é chamada de Conilon. No Espírito Santo, por exemplo, o Conilon é uma das bases da economia cafeeira, sendo conhecido por sua resistência a pragas e por produzir um café mais encorpado, com maior teor de cafeína. Seus frutos arredondados levam até 11 meses para amadurecer. Sua robustez faz dela uma escolha popular em regiões com climas mais adversos.
Coffea liberica – embora menos conhecida e demandada, a Coffea liberica, com sua variedade Dewevrei (também chamada de Excelsa), possui seu lugar entre as curiosidades do mundo cafeeiro. Essa espécie cultivada em menor escala é nativa da África.
Independente da espécie, os frutos ocorrem ao longo dos ramos do cafeeiro e cada fruto é formado pela casca externa, cuja coloração é vermelha ou amarela (dependendo da cultivar) quando está maduro. Resumidamente, abaixo da casca há uma polpa (mesocarpo) e, seguida desta, uma camada gelatinosa (mucilagem), que fica em contato com a cobertura chamada de pergaminho (endocarpo), que envolve os grãos (duas sementes).


No Brasil, além das vastas plantações de Arábica e Conilon, a cultura do café é tão intrínseca que influencia profundamente o desenvolvimento econômico e cultural de várias regiões, como Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo, tornando o país o maior produtor e exportador de café do mundo.
Café Arábica vs. Café Conilon: quem ganha essa batalha?
Nos últimos anos, o mundo do café passou por uma transformação notável, com os grãos especiais ganhando destaque e trazendo novas nuances de sabor à bebida. Em meio a essa valorização, algumas ideias se cristalizaram no imaginário popular: “O grão arábica é o rei da qualidade”, enquanto “o conilon (também conhecido como robusta) é o menos prestigiado”. Mas não é tão simples assim.
Café Arábica (Coffea arabica)
Origem: montanhas da Etiópia.
Aroma e sabor: complexidade com notas doces e acidez marcante.
Variedades comuns: Mundo Novo, Catuaí (amarelo e vermelho), Bourbon.
Qualidade: base para cafés gourmet e especiais.
Participação na produção global de café: 57%
Estado líder no Brasil: Minas Gerais.
Benefícios: alta qualidade e sabor superior, ideal para quem busca uma experiência refinada no café.
Café Robusta (Coffea canephora)
Origem: Congo e Guiné.
Aroma e sabor: mais amargo, com notas menos complexas.
Variedades comuns: Robusta (conhecido como Conilon no Brasil).
Usos comuns: popular em blends, cafés tradicionais e na produção de café instantâneo (solúvel).
Participação na produção global de café: 43%
Estado líder no Brasil: Espírito Santo.
Benefícios: maior produtividade e resistência a doenças, o que o torna economicamente viável e geralmente mais barato por saca em relação ao Arábica.
É fundamental destacar que conhecer as diferenças entre os tipos de café, como o Arábica e o Conilon, é apenas o começo da jornada para se tornar um verdadeiro apreciador de café. Cada variedade traz uma experiência única de sabor, aroma e complexidade e explorar esses aspectos pode enriquecer ainda mais seu paladar.Escreva seu texto aqui...


“Ambos têm seu valor”, afirma Armando Androciolli, engenheiro agrônomo do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR).
Para esclarecer essa questão e destacar a importância de cada um no mercado, vamos explorar as características que diferenciam esses dois tipos de café:
W.J.W Cafés
Experiência única em café gourmet exclusivo.
wjwcoffee@gmail.com
© 2021. All rights reserved.